ATENÇÃO

Se o motociclismo é o seu hobby favorito; se ao menos uma vez por semana você precisa reunir-se com seus amigos para um passeio de moto; se você já carregou nas costas o peso dos brasões de vários clubes ou está seriamente pré disposto a arcar com a responsabilidade de formar um novo motoclube; se você passa a semana inteira não aguentando esperar até o sábado para vestir seu colete, ou passa a semana indo trabalhar de carro e não vê a hora de pegar a sua moto no fim de semana; se você é consciente o suficiente para não pegar a estrada com mau tempo ou para não rodar sob efeito de álcool ou entorpecentes; se você exige ser rotulado de "motociclista" ou se você passa mais tempo em frente ao computador do que sobre duas rodas, e isso te incomoda... desculpe, seu lugar definitivamente não é aqui e talvez você se sinta desconfortável sabendo que para nós você não passa de um elo fraco dessa corrente. Portanto, meu conselho... IGNORE ESTE BLOG!

Dan
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14/02/2010

Keep It On Two

Esta é do blog Lord of Motors


Trânsito Selvagem.

Atrás do volante até aquela pacata mãe de família se transforma numa Serial Killer com sangue nos olhos e faca nos dentes.

Ônibus, vans, blindados, Pageros, pickups, minivans. Palios e Celtinhas.
Nessa cadeia alimentar, motocicleta é herbívoro.

No Rio de Janeiro, ar a 43 graus, asfalto a 60, a gente vira um pão de queijo, inchando e assando lentamente.
Em São Paulo, vira anfíbio, com água pelo guidom.

Aves de rapina à espreita em cada cruzamento: ele vai sacar os limões pro malabarismo ou a 765 pro assalto?
Para garantir-lhes o sucesso, pardais fotografam sua placa se tentar fugir.
Se correr o radar pega, se ficar o ladrão come.

Com respaldo de um rascunho de cultura, vidro moído, e agora a tal chilena com óxido de alumínio, flutuam sobre as ruas buscando uma jugular distraída. Se degolar motociclista fosse esporte olímpico, um ouro já teríamos garantido em 16.

IPVA, seguro obrigatório, pedágio. O café do puliça, a cerveja do despachante. O adesivo reflexivo do capacete. O puto do celular fechando o corredor. A perua piscando farol no Paris-Dakar da Linha vermelha...

Inevitável se perguntar porque, mesmo assim, insistimos em andar de moto. Porque se colocar nessa situação? Porque correr esse risco?

Meu martelo "Pacificador" contra o AR15 do pivete?
Meus 1200cc contra a Van da Milícia?
Meus "direitos" contra A SELVA???

Então?

Porque?




Aí um dia voce sai antes das 5, pega o sol nascendo já com quase 100km no odômetro.
As curvas encaixando, fluidas e suaves.
Só deixando o rastro do barulho pela estrada.
Cheiro de planta quando cruza a fronteira da cidade, flash do sol no guidom, uma música tocando na cabeça.
Os cilindros galopando macio, o motor redondinho entre as pernas.


E, 50km depois do primeiro reabastecimento, você lembra porquê.


Se na cidade um escape aberto, um colete ou uma Glock ajudam a administrar a situação, na estrada a Máquina é soberana. E sua tarefa, como bom súdito, é "Let the Eagle fly", tanto quanto sua habilidade permitir.

BR-40 a 120 cantarolando Tim Maia (ou qualquer variante similar) é Satori, e é por isso que vale a pena sobreviver ao resto.

Mas pra lembrar disso, só indo até lá.



Março é logo depois da próxima curva, abril fica atrás daquela colina ali. Logo começa a temporada dos Encontros, o clima alivia, a estrada convida.



Que a temporada de 2010 seja inesquecível.

Que possamos viajar sempre.

Que passemos dos 1000 litros,
dos 90 tanques,
das 100 cervejas,
das 10 garrafas,
das 5 mulheres.

Que cada motociclista acene pro outro quando se cruzarem.

Que o preconceito não atrapalhe os eventos de serem frequentados, por todos.

Que moto nenhuma fique parada na beira da estrada sem outra parar pra ajudar.



Que ninguém se machuque.



E que quem ler isso e gostar, me ofereça uma cerveja quando me ver chegando.


Keep it on two.

L.

Fonte: Lord of Motors

13/09/2009

Rataplan Ratbike Club: Ratbikes e Ratbikers

Ainda sobre esse negócio de "definir" o conceito de Ratbike, lembrei de uma conversa que tive com o Lixo há um tempo sobre fazer um artigo explorando um pouco a cena rat, que é muito forte na Europa. Resolvi então traduzir e postar um artigo encontrado no site do Rataplan Ratbike Club da Holanda sobre ratbikes. Vale a pena visitar o site e dar uma olhada nas fotos que eles tem por lá:

Ratbikes


Ratbikes são motos anti-sociais mantidas com um baixo custo (ou sem custo nenhum). Melhor gastar dinheiro com cerveja e Jack Daniels do que com peças e cromo, não acha? A Pergunta é, o que é uma ratbike? Não é apenas uma questão de pintura fosca ou coisas amarradas na moto... mas tem mais a ver com filosofia de vida, criatividade e uma atitude bem “foda-se”.

Hoje em dia há um cenário underground ratbike bem forte e isso levou ao surgimento de diferentes estilos e subgêneros. O Ratbikeprediker tentou colocar tudo no papel!

Verdadeiras rats são “evolução em duas rodas”. Não importa realmente o visual, elas têm que rodar e de preferência com custo baixo. As rats clássicas tem uma identidade única pelo fato de que ela precisam ter uma certa idade para serem consideradas verdadeiras rats clássicas. Provavelmente vocês já viram alguma moto vintage, quase anciã, que ficou encostada por anos debaixo de uma árvore qualquer, no meio do nada, tomando chuva até ser encontrada por um novo dono, que a tirou de lá, checou só a mecânica e roda nela até hoje, fazendo consertos com qualquer coisa encontrada na estrada e, assim, eternizando a moto!

Construir uma rat urbana é bem fácil. É só comprar a moto mais barata que você achar (ou ganhar ela, ou bater rolo numa caixa de cerveja), pintar de preto fosco, colocar uns elásticos de bagageiro e uns ratinhos de plástico e está pronta. Não vai ter o mesmo impacto de algum dos outros subgêneros, mas você tem que começar de algum lugar...

Algumas ratbikes são tão absurdas que você tem que olhar duas vezes para acreditar! Vamos pensar numa rat feita sobre um motor Wacker a diesel, ou então uma Vespa rat com um garfo tão longo a ponto de dar inveja a qualquer chopper de Harley? Uma MZ dois tempos com um pneu traseiro de carro? Ou uma rat Freestyle que é óbvio que o cara que construiu tomou muitas drogas antes de montar? O céu é o limite!






















Segue uma breve descrição dos subgêneros de ratbikes:

Junkdressers


Este gênero de rat bike é um dos mais extremos, e muito popular nos EUA e Alemanha. A moto é “vestida” com todo tipo de lixo que o dono vai encontrando pela estrada. Tudo na moto é consertado com gambiarras feitas de coisas que estavam por ai na hora em que a peça em questão quebrou... e se quebrou de vez... conserta igual! O processo geralmente começa com alguns adesivos e brinquedos... depois o cara acha um veado morto no acostamento... fantástico! Mas o cara tem preguiça de tirar toda a carne dos ossos, então, deixemos a mãe natureza fazer esse serviço! Em pouco tempo a carne podre começa a feder e isso é ótimo pra afastar ladrões, ainda que só o dono saiba como dar a partida naquela coisa.

Essas “penteadeiras de puta” dão a impressão de que mal conseguem se mover por causa de toda a porcaria nelas e dos galões de óleo debaixo do motor, mas elas geralmente rodam muito.


























Survivalbikes


Inspirados pelo filme Mad Max, os ingleses começaram a construir o que chamam de survivalbikes. As famosas “Future Machine” e “Thunderdog” estão entre as primeiras survival bikes de origem inglesa. Esta forma extrema e “pós apocalíptica” de customizar motos procuram mostrar como as motos ficariam após uma explosão nuclear fatal. São motos grandes com um estilo meio militar. As peças são adaptadas ou soldadas na moto, o que é mais resistente. Se a peça não entra, faça entrar, de preferência com violência extrema... Survivalbikers geralmente são bikers que entendem de mecânica e é por isso que geralmente não dá para falar que moto uma survivalbike era quando saiu da loja (isso se algum dia ela saiu da loja, porque muitas são construídas do ponto zero!).

Ícones típicos das survivalbikes são faróis duplos, sanfona nas bengalas dianteiras, escapamentos grandes, peças de tratores, carros, caminhões, aviões, veículos militares, etc. Muitas motos nesse estilo têm acessórios e adaptações como injeção eletrônica, aquecedores de manoplas feitos à mão, rádio-comunicadores, máscaras de gás. Imagine um mundo pós apocalíptico e você vai entender!










Ratchoppers


Hoje em dia as choppers são uma tendência massificada graças a todos aqueles programas de construtores na TV. Por sorte, as ratchoppers são uma contratendência àquelas motos com tanto brilho e feitas com tanta grana. Uma ratchopper, geralmente feita de uma velha Twin Cam inglesa ou uma Harley hardtail com garfo looooooongo, é bem mais rebelde do que isso... e é pra ser! Foda-se o cromo, foda-se a legislação e, por último mas não menos importante, foda-se o meio-ambiente!

Odiadas pela polícia e amadas pelos seus donos, as ratchoppers são barulhentas e perigosas. Elas não têm setas nem retrovisores, elas vazam óleo (demarcam território) e jogam fumaça tóxica no ar. Pra quê você precisa de cromo, acessórios e pintura cara? Pinte de fosco (ou não pinte!) e nunca mais ligue pra pintura.










Ratfighters


Assim como há ratchoppers, há também ratfighters... uma contratendência à versão cara e brilhantinha das streetfighers. São esportivas depenadas com banco solo, guidom curto, rabeta pequena e um farol que mais parece um alien. É só pegar uma esportiva, depenar, pintar fosco e rodar até não agüentar mais! Simples e eficiente. As ratfighters parecem agressivas… e são! Se você tem uma tendência suicida, faça uma!


















Rattrikes


São a versão em três rodas das ratbikes, representados em todos os subgêneros. Impressionam porque um triciclo é bem maior, ou seja, mais espaço para parafernálias... ou cerveja. Há enorme variedade de chassis para triciclos. Alguns são comprados como triciclos e pintados com tinta fosca, outros são construídos do zero, e com um motor V8, por exemplo. Outros são feitos a partir de carros.







Rattrailers

Os trailers sempre estiveram presentes na cena ratbike.















Técnicas Rat

Depois de inúmeros reparos uma ratbike normalmente parece ser algo pronto para o ferro velho. Cada reparo é feito da forma mais barata e criativa possível. Ratbikers sempre andam com fita isolante e pano no bolso. Quando tem que trocar a peça um ratbiker sempre “olha em volta” antes de correr pra uma motopeças, por isso se acha reparos bem criativos nas ratbikes, como guidons feitos com correntes soldadas, manoplas feitas com granadas ou consolos de borracha, faróis dentro de latas e por ai vai.










Fonte: Rataplan Ratbike Club - Holanda
Tradução: Dan PRYMUS M.C.

Ratbike

Fui perguntado sobre uma definição para ratbike. Comecei a pensar na hora e a única coisa que me veio à cabeça foi exemplificar com a ratbike mais próxima no local: "Enemiga", a minha moto.

O primeiro pensamento é: Dá pra consertar ou substituir com fita isolante? Se não dá, só ai vamos pensar em outra coisa.

























Como o que tiver no lugar. Canudos, por exemplo.












Não, o banco não precisa de uma capa, também não vou emendar e vou trocar só quando eu for cortar a traseira, provavelmente por "algo" que vai substituir esse, não necessáriamente um banco...








Ponteira do escapamento vítima de um acidente recente, vou ter que trocar porque quando for licenciar o documento vou precisar passar pela revisão ambiental. Até o dia da revisão, essa fica ai.









A idéia era deixar só o velocímetro (tirado de dentro do painel que ela tinha quando comprei). Se disserem que nem o velocímetro funciona eu nego até a morte... e quero ver provar.










Ah, na adaptação que fiz para o velocímetro precisei abrir um espaço para o cabo dele, porque o suporte ficou muito baixo, sem espaço pro cabo... passei por dentro do farol.









Paninho pendurado no guidom, lógico... nunca se sabe quando você vai precisar de uma tira dele... esse ai que o diga.
Retrovisor? Um só dá, né?








Manopla começou a girar em falso. No começo era de boa, só tinha que apertar um pouquinho pra conseguir acelerar... depois foi ficando crítico e numa viagem de uma hora e meia, eu não aguentava mais apertar o negócio. Quando troquei a câmara que não aguentou mais buracos eu não perdoei a desgraçada e amarrei uma tira dela na manopla, agora não tenho retorno do cabo, mas isso é uma solução que veio de brinde pro problema do sangue descer da mão quando esfria numa viagem longa com seca-sovaco.

Freio traseiro? Certas adaptações demoram mais quando não são tão necessárias...











Ok, foi o babaca aqui pensando que botar filtro esportivo ia ser legal: "vou poder tirar a caixa de ar, já vou pensando em cortar a traseira do quadro...". Só que na primeira chuva que peguei me arrependi amargamente. O bagulho enxarca e não entra ar. A moto não anda. Bom, depois de ficar esperando o filtro secar pra ir embora (não quis tirar e andar sem filtro porque não tem pára-lamas traseiro e a roda joga toda a sujeira da estrada bem ali) decidi que dois gargalos de garrafa pet iam ficar na medida pra fazer a água escorrer, mas deixar livre a passagem de ar. Dá certo só até certo ponto, uma hora debaixo de chuva pesada, eu diria.


















... e até que enfim achei uma utilidade para o capacete...

27/07/2009

Veadinho vs. Valkyrie

Se você se deparar com o rastro de sangue abaixo no meio da estrada uma coisa é certa, seja o que for, não é bom.





O cara atropelou um veadinho, não notou e arrastou o veadinho e só percebeu quando parou porque a direção estava tremendo.




Leia história inteira em inglês com mais fotos.

Fonte: Life is a Road


O nome do Cara Daniel Meyer e ele tem alguns livros publicados com histórias que ele supostamente viveu na estrada.
No site dele você pode pedir os livros ou até ler algumas das histórias do figura:

http://lifeisaroad.com

25/03/2009

Mal Agudo da Montanha: Perigo ao Rodar em Grandes Altitudes


"Nas montanhas, a imprudência e a falta de informação são responsáveis pela grande maioria das desgraças..."

Como estou planejando uma viagem pelo Chile e Argentina, resolvi pesquisar algumas coisas sobre os efeitos da altitude ao subir a cordilheira. Descobri que alguns motociclistas já passaram por situações bem difíceis devido à falta de informação e inclusive houve um que veio a óbito recentemente no Perú.
Resolvi, então, compartilhar as informações mais relevantes aqui no blog.

Mal Agudo de Montanha (MAM)
O Mal Agudo de Montanha é causado pela aclimatação deficiente do corpo à combinação da redução brusca da pressão atmosférica com a baixa pressão parcial de oxigênio, ou seja, a menor concentração de oxigênio que existe em grandes altitudes, o que causa hipoxia, que é um estado de baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos.

A freqüência com que o MAM se apresenta depende da velocidade da subida, da altitude alcançada e da suscetibilidade individual. Quando há uma rápida ascensão a altitudes próximas aos 2500 metros acima do nível do mar, 25% dos visitantes apresentam três ou mais sintomas de MAM, e 5% dos mesmos requer repouso de cama e interrupção das atividades normais. A ascensão em curto tempo a altitudes entre 3000 e 3500 metros acima do nível do mar desencadeia o aparecimento de sintomas praticamente em todos os indivíduos e cerca de 10% dos mesmos apresenta incapacidade severa de executar tarefas mínimas.

Os primeiros sintomas podem aparecer em altitudes moderadas ou intermediarias (próximas aos 2000 metros acima do nível do mar), mas somente começam de 6 a 48 horas após uma rápida ascensão.

Os sintomas mais freqüentes são dores de cabeça (geralmente frontal, mas podem ser também bi temporal ou occipital), falta de apetite, náuseas, cansaço, visão turva, tontura e insônia; o quadro clínico não difere muito de uma "ressaca". Geralmente esses sintomas regridem em no máximo três ou quatro dias.

A aclimatação para evitar os sintomas do MAM a médias e grandes altitudes (abaixo de 4500 metros) é o método mais eficiente para a prevenção do MAM. Em geral a permanência durante duas ou três noites numa altitude intermediaria (entre 1800 e 2200 metros) evita o aparecimento dos sintomas do Mal da Montanha na grande maioria das pessoas cuja intenção é permanecer vários dias em altitudes entre 2500 e 3500 metros acima do nível do mar. Já o processo de aclimatação para altitudes muito grandes e até extremas (entre 4600 e 8848 metros) requer um lapso de tempo que varia de duas a quatro semanas (podendo chegar a oito semanas, no caso extremo dos 8000 metros do Himalaia, sem suplemento de oxigênio)

Moto na Cordilheira dos Andes, a 4100 metros acima do nível do mar



Complicações

O principal mecanismo automático do corpo para adaptação à altura é o aumento da freqüência e volume ventilatórios; em outras palavras, a quantidade de ar que entra e sai dos pulmões proporcionalmente ao aumento das respirações por minuto e do volume mobilizado em cada movimento de inspiração e expiração. Esta é a primeira e, provavelmente, mais importante mudança no processo de aclimatação e parece estar determinada geneticamente. Outras variáveis que se modificam são a freqüência cardíaca, que geralmente aumenta, e o número de glóbulos vermelhos, que sofre um leve aumento devido à diminuição do plasma circulante (hemoconcentração).

Se tais mecanismos de adaptação falharem, os sintomas do MAM aparecerão. Tais sintomas dependem fundamentalmente de uma má distribuição dos fluídos entre as células dos diferentes tecidos. Os órgãos mais comprometidos por esta alteração são o cérebro e o pulmão. Quando o líquido se acumula no pulmão há falta de ar (dispnéia), primeiro durante a atividade física e logo durante o repouso; o indivíduo apresenta tosse irritativa no principio, que pode produzir expectoração de secreção rosada ou sanguinolenta nos quadros clínicas graves, configurando o que se conhece como Edema Pulmonar de Altitude (EPA) ou Pulmão de Montanha, quadro de extrema gravidade, já que pode comprometer seriamente a vida. A conduta deve ser a imediata descida a uma altitude inferior.
Quanto ao cérebro, as primeiras manifestações de edema podem ficar evidentes com o aparecimento de cefaléia, geralmente pulsátil, de localização frontal, bi temporal ou occipital, que se torna mais intensa com o esforço e ao se agachar mobilizando o tronco para a frente; ocorrem também perda de apetite, náuseas e vômitos. Se o edema cerebral avançar, haverá alterações no equilíbrio, na coordenação (ataxia) e no estado de consciência; o aparecimento destas últimas manifestações define a presença do que denominamos Edema Cerebral de Altitude (ECA), que ao evoluir livremente leva ao coma e ao óbito. Atualmente o ECA é considerado como una forma evolutiva grave do Mal Agudo de Montanha.
Diante da suspeita clínica de qualquer uma das duas síndromes não há dúvidas a respeito da conduta a ser tomada: o afetado deve descer.

Algumas recomendações podem prevenir ou aliviar os sintomas do MAM:

a) Pouca atividade física durante os dois ou três primeiros dias na altitude.
b) Consumo adequado e abundante de líquidos.
c) Uma dieta rica em carboidratos, dosada em pequenas e múltiplas refeições, evitando refeições abundantes.
d) Evitar o consumo de álcool, sedativos ou drogas que provoquem sono (Valium®, Lexotan®, Trapax®, Alplax®, etc.).
e) Evitar o consumo de tabaco.
f) Chá e café não devem ser limitados, já que o seu efeito estimulante sobre o sistema respiratório pode ser benéfico.
g) Evitar dormir ou cochilar durante o dia. Isso pode reduzir os níveis de oxigênio no sangue. É recomendável a prática de atividade física leve.


Fontes:

Sociedad Argentina de Medicina de Montaña
Alta Montanha.com
Medline Plus (Enciclopédia Médica en Español)

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