ATENÇÃO
Se o motociclismo é o seu hobby favorito; se ao menos uma vez por semana você precisa reunir-se com seus amigos para um passeio de moto; se você já carregou nas costas o peso dos brasões de vários clubes ou está seriamente pré disposto a arcar com a responsabilidade de formar um novo motoclube; se você passa a semana inteira não aguentando esperar até o sábado para vestir seu colete, ou passa a semana indo trabalhar de carro e não vê a hora de pegar a sua moto no fim de semana; se você é consciente o suficiente para não pegar a estrada com mau tempo ou para não rodar sob efeito de álcool ou entorpecentes; se você exige ser rotulado de "motociclista" ou se você passa mais tempo em frente ao computador do que sobre duas rodas, e isso te incomoda... desculpe, seu lugar definitivamente não é aqui e talvez você se sinta desconfortável sabendo que para nós você não passa de um elo fraco dessa corrente. Portanto, meu conselho... IGNORE ESTE BLOG!
Dan
Dan
25/03/2009
Mal Agudo da Montanha: Perigo ao Rodar em Grandes Altitudes
"Nas montanhas, a imprudência e a falta de informação são responsáveis pela grande maioria das desgraças..."
Como estou planejando uma viagem pelo Chile e Argentina, resolvi pesquisar algumas coisas sobre os efeitos da altitude ao subir a cordilheira. Descobri que alguns motociclistas já passaram por situações bem difíceis devido à falta de informação e inclusive houve um que veio a óbito recentemente no Perú.
Resolvi, então, compartilhar as informações mais relevantes aqui no blog.
Mal Agudo de Montanha (MAM)
O Mal Agudo de Montanha é causado pela aclimatação deficiente do corpo à combinação da redução brusca da pressão atmosférica com a baixa pressão parcial de oxigênio, ou seja, a menor concentração de oxigênio que existe em grandes altitudes, o que causa hipoxia, que é um estado de baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos.
A freqüência com que o MAM se apresenta depende da velocidade da subida, da altitude alcançada e da suscetibilidade individual. Quando há uma rápida ascensão a altitudes próximas aos 2500 metros acima do nível do mar, 25% dos visitantes apresentam três ou mais sintomas de MAM, e 5% dos mesmos requer repouso de cama e interrupção das atividades normais. A ascensão em curto tempo a altitudes entre 3000 e 3500 metros acima do nível do mar desencadeia o aparecimento de sintomas praticamente em todos os indivíduos e cerca de 10% dos mesmos apresenta incapacidade severa de executar tarefas mínimas.
Os primeiros sintomas podem aparecer em altitudes moderadas ou intermediarias (próximas aos 2000 metros acima do nível do mar), mas somente começam de 6 a 48 horas após uma rápida ascensão.
Os sintomas mais freqüentes são dores de cabeça (geralmente frontal, mas podem ser também bi temporal ou occipital), falta de apetite, náuseas, cansaço, visão turva, tontura e insônia; o quadro clínico não difere muito de uma "ressaca". Geralmente esses sintomas regridem em no máximo três ou quatro dias.
A aclimatação para evitar os sintomas do MAM a médias e grandes altitudes (abaixo de 4500 metros) é o método mais eficiente para a prevenção do MAM. Em geral a permanência durante duas ou três noites numa altitude intermediaria (entre 1800 e 2200 metros) evita o aparecimento dos sintomas do Mal da Montanha na grande maioria das pessoas cuja intenção é permanecer vários dias em altitudes entre 2500 e 3500 metros acima do nível do mar. Já o processo de aclimatação para altitudes muito grandes e até extremas (entre 4600 e 8848 metros) requer um lapso de tempo que varia de duas a quatro semanas (podendo chegar a oito semanas, no caso extremo dos 8000 metros do Himalaia, sem suplemento de oxigênio)
Moto na Cordilheira dos Andes, a 4100 metros acima do nível do mar
Complicações
O principal mecanismo automático do corpo para adaptação à altura é o aumento da freqüência e volume ventilatórios; em outras palavras, a quantidade de ar que entra e sai dos pulmões proporcionalmente ao aumento das respirações por minuto e do volume mobilizado em cada movimento de inspiração e expiração. Esta é a primeira e, provavelmente, mais importante mudança no processo de aclimatação e parece estar determinada geneticamente. Outras variáveis que se modificam são a freqüência cardíaca, que geralmente aumenta, e o número de glóbulos vermelhos, que sofre um leve aumento devido à diminuição do plasma circulante (hemoconcentração).
Se tais mecanismos de adaptação falharem, os sintomas do MAM aparecerão. Tais sintomas dependem fundamentalmente de uma má distribuição dos fluídos entre as células dos diferentes tecidos. Os órgãos mais comprometidos por esta alteração são o cérebro e o pulmão. Quando o líquido se acumula no pulmão há falta de ar (dispnéia), primeiro durante a atividade física e logo durante o repouso; o indivíduo apresenta tosse irritativa no principio, que pode produzir expectoração de secreção rosada ou sanguinolenta nos quadros clínicas graves, configurando o que se conhece como Edema Pulmonar de Altitude (EPA) ou Pulmão de Montanha, quadro de extrema gravidade, já que pode comprometer seriamente a vida. A conduta deve ser a imediata descida a uma altitude inferior.
Quanto ao cérebro, as primeiras manifestações de edema podem ficar evidentes com o aparecimento de cefaléia, geralmente pulsátil, de localização frontal, bi temporal ou occipital, que se torna mais intensa com o esforço e ao se agachar mobilizando o tronco para a frente; ocorrem também perda de apetite, náuseas e vômitos. Se o edema cerebral avançar, haverá alterações no equilíbrio, na coordenação (ataxia) e no estado de consciência; o aparecimento destas últimas manifestações define a presença do que denominamos Edema Cerebral de Altitude (ECA), que ao evoluir livremente leva ao coma e ao óbito. Atualmente o ECA é considerado como una forma evolutiva grave do Mal Agudo de Montanha.
Diante da suspeita clínica de qualquer uma das duas síndromes não há dúvidas a respeito da conduta a ser tomada: o afetado deve descer.
Algumas recomendações podem prevenir ou aliviar os sintomas do MAM:
a) Pouca atividade física durante os dois ou três primeiros dias na altitude.
b) Consumo adequado e abundante de líquidos.
c) Uma dieta rica em carboidratos, dosada em pequenas e múltiplas refeições, evitando refeições abundantes.
d) Evitar o consumo de álcool, sedativos ou drogas que provoquem sono (Valium®, Lexotan®, Trapax®, Alplax®, etc.).
e) Evitar o consumo de tabaco.
f) Chá e café não devem ser limitados, já que o seu efeito estimulante sobre o sistema respiratório pode ser benéfico.
g) Evitar dormir ou cochilar durante o dia. Isso pode reduzir os níveis de oxigênio no sangue. É recomendável a prática de atividade física leve.
Fontes:
Sociedad Argentina de Medicina de Montaña
Alta Montanha.com
Medline Plus (Enciclopédia Médica en Español)
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